Esta poesia foi escrita em 2001 eu poderia esta muito feliz por ela fazer parte do meu primeiro livro e até hoje ser admirada e lida por muitos, mas o que me deixar muito triste é saber que até hoje ela continua sendo atual como se nada tivesse mudado para os personagens da história.
O natal da criança pobre
O fim do ano se aproximando…
Pensava entristecido e desolado,
Joaquim, mais um desempregado.
Então ele falou quase chorando:
Oh meu Deus! Que rumo eu trilho?
O que vou dar para meu filho?
O natal está chegando.
Dias passaram, o natal chegou.
Joaquim tinha um problema,
E para aumentar seu dilema,
O seu filho perguntou:
– Papai, papai, fala pra gente,
Será que o meu presente,
Papai Noel já comprou?
E Joaquim muito triste,
Sem dinheiro, desempregado,
Falou pro o filho amado:
– Filho, papai Noel não existe.
– Existe sim, papaizinho,
O Carlos, nosso vizinho,
Já o viu, ele me disse.
Continuou o filho inocente:
– Carlinhos me disse como ele é,
Que ele entra pela chaminé,
Com cuidado, pra não acordar a gente.
Então papai, o bom velhinho,
Assim como para o Carlinhos,
Vai me trazer um presente?
Joaquim não suportou,
Sofrendo amargamente
Pegou seu filho carente
Em seus braços, e o beijou.
Com o coração partido
Deu boa noite ao ente querido,
Entrou no quarto, bateu no peito e falou:
– Deus, oh Deus! Eu te peço humildemente,
Já que eu estou desempregado,
Ao menos para meu filho amado,
Ajude-me dar um presente.
Tu bem sabes o quanto eu o amo,
E não quero destruir este sonho
De uma criança inocente.
Então a noite passou,
E no outro dia cedinho,
Lá, lá na casa do Carlinhos,
O papai Noel presenteou,
Mas aquele bom velhinho,
Nem Joaquim, nem seu filhinho,
Ele se quer visitou.
E quando a criança acordou.
Olhou para um lado, para outro,
E falou pra seu pai: – de novo!
Papai Noel não passou!
E com os olhos encharcados,
Em sua humilde cama sentado,
Chorando, desabafou:
– Oh Deus! Desculpe o que eu vou dizer:
Papai Noel não existe, não, existe não,
O meu papai tem razão,
Olha, eu vou explicar porque.
Ele nunca visitou a gente,
E nem me trouxe um presente,
Nunca, nunca um dia veio me ver.
E se ele existe, ele é muito ocupado,
Ou talvez seja orgulhoso,
Um velhinho rancoroso,
Pois não veio neste ano, nem no ano passado,
Quem sabe ele é muito nobre,
Não entra em casa de pobre,
E nem de um desempregado.
Francis Gomes