Agosto 2016

Porque te amo

Te amo, não é pela sua beleza, Nem pelos seus cabelos negros, Nem pela cor dos seus olhos. Te amo, não é pelo seu sorriso elegante, Nem sua boca pequena E seus lábios grandes Ou seu decote picante. Não é pela sua voz que sussurra, Pelos seus braços que me apertam, E suas mãos que

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Amor morfológico

O amor é um sentimento primitivo e radical. Não aceita desinências nem afixos. Mas os amantes criam suas derivações Acrescentando ao amor falsos sufixos, E nestas derivações impróprias Surgem também inexistentes prefixos Apesar de uniforme e primitivo E não aceitar derivações Devido o hibridismo dos amantes O amor tem suas exceções  Sem perder a composição original Permite algumas flexões  É claro que isso não é regra Cada um sabe sua necessidade A reflexiva precisa ser recíproca  E ainda depende da adversidade Da pessoa, do lugar do tempo Da causa, do modo da intensidade. O amor por si próprio é primitivo É amor, e não aceita variantes Mas devido às irregularidades E as mudanças serem abundantes O amor se torna morfológico Para suprir as falhas dos amantes. Francis Gomes

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Apelidos

Algumas estrofes do cordel apelidos Eu não sei quem inventou  A peste do apelido Se foi um cabra safado Ou até mesmo atrevido, Para aprontar tal coisa E ainda achar divertido, A verdade é que existe Apelido de todo jeito, Alguns até engraçados Outros puro preconceito, Mas tem aquele que cai Como luva no sujeito.  O apelido muitas vezes Tem haver com a pessoa, O lugar onde nasceu Se é ruim ou se é boa,  Se trabalha ou se gosta De viver andando atoa. Com o seu jeito de ser Se é bonita ou feia, Se é alta ou se baixa Se é magra ou meio cheia, Se fala pouco ou se gosta  De falar da vida alheia. Seja da forma que for Odeio todo apelido, Sendo ele engraçado Sendo ele divertido, Para mim é  do diabo  Ou de algum pervertido. Essa vida às vezes tem  Momentos inexplicáveis Uns bons e outros ruins Alguns até memoráveis, Uns causam pequenos danos E outros irreparáveis.  Visitando uma cidade Eu fiquei meio perdido Sem achar o endereço  Do nome desconhecido, Lá todos se conheciam Por meio de apelido. Mas quando fui explicando Como que era o sujeito Um falou: — Eu sei quem é, Ta falando do prefeito, Casado com a baleia E é pai do sem peito.  Perguntei qual o seu nome? Ele disse: — É bacurau,

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Olimpíadas, aos milionários milhões aos necessitados tostões

Olimpíadas,aos milionários os milhões e aos necessitados os tostões. Meus queridos, lendo algumas reportagens sobre as premiações dos medalhistas olímpicos, li no site de notícia terra, sobre as premiações dos medalhistas brasileiros, e particularmente, fico indignado, revoltada como que o COB trata nossos atletas. Deste jeito o Brasil nunca chegará a lugar nenhum. Os nossos atletas não tem apoio, patrocínio, não tem nem onde treinar. Não ganham praticamente nada, como: Canoagem, boxe, atletismos em geral. Mas o COB pagará cerca de R$ 35 mil (equivalente a cerca de US$ 11 mil) aos brasileiros que subissem ao pódio individualmente – independentemente da cor da medalha. Por outro lado os Jogadores de futebol que já ganham milhões, cheios de patrocinadores e direitos de imagens, a premiação deve ser maior, e bem maior, cerca de US$ 100 mil (cerca de R$ 330 mil) para cada jogador Já as conquistas em equipe serão remuneradas com metade do valor, R$ 17,5 mil (ou US$ 5,5 mil). Sem contar que os valores oferecidos pelo o Brasil estão entre os menores da América Latina. Eu não poderia deixar de falar que me sinto envergonhado, indignado, com isso, os que menos precisam são os que mais recebem. MEU BRASIL BRASILEIRO, REALMENTE É, NÃO UM MULATO INZONEIRO,MAS, UM COB ZOMBETEIRO. Isso é zombar dos verdadeiros heróis e guerreiros de nossa pátria. Deixo como brasileiro, como ser humano, como poeta e patriota que sou, minha indignação com este descaso aos nossos atletas, como fala estrofes de poema de minha autoria:  Meu canto …Mas este povo, esta nação sem bandeira É como o sol rompendo a aurora a cada dia Muitas vezes são deuses de si mesmos Infelizes estandartes da alegria, Impávidos heróis sem honra ao mérito Gênios que a pátria não os reconhecem Filhos legítimos de um rei Bastardos na miséria em que perecem… Francis Gomes 

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Amores amantes sem par

O amor, ah o amor.  Este difícil relacionamento a dois Seus mistérios segredos e sensações Suas causas, ilusões desilusões, Antes, durante e depois. Esta busca da metade pela metade Sem saber por onde começar Em um mundo de encantos e desencantos Encontros e desencontros Amores amantes sem par. Este sentimento abstrato Complexo cheio de derivações A onde os seres opostos, Formam substantivos compostos Praticam e sofrem ações. No inicio não existe antônimos, Os adjetivos são metáforas, Sempre tem uma alternativa  As falhas tem uma explicativa E tudo termina em anáfora. Porém depois de um período Começa aparecer às exceções, O sujeito já não tem qualidades Surgem as obscuridades E o barbarismo causa colisões  Já não existe verbo de ligação, Cada um em seu modo imperativo. O plural volta para o singular E cada um começa a procurar Outro sujeito com novos adjetivos. Quando o amor acaba é assim, Sujeito composto sem predicado. E o verbo que juntos conjugamos Eu te amo, tu me amas, nos amamos, Entre os dois não é mais conjugado. Os possessivos usados no singular. Antes era usado no plural. O amor que antes era poemas Transformou-se em um conto de dilemas O protagonista morreu antes do final. Francis Gomes

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Vitrine da vida

Por longos anos eu segui a vida Reclamando e dizendo: Eu não mereço. Sempre olhando para o que não tenho Buscando aquilo que eu não conheço E as coisas boas que Deus me dar Como um cego incrédulo, não agradeço. A reclamar da vida e maldizer da sorte Como quem rema um barco em direção oposta Morto para vida a viver para morte Alcancei por fim de Deus uma resposta: A vida é uma vitrine com o que a gente faz, Mas felicidade não é mercadoria exposta. Francis Gomes

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