Outubro 2016

Quem te falou que é feio homem chorar?

Dizem que homem não chora. Que papo é este irmão que inventou? Deus chorou em lugares ocultos Quando Israel seu povo lhe abandonou E profetizando contra Jerusalém Jesus Cristo o filho de Deus também Naquele instante aí, também chorou. Só quem nunca precisou dizer adeus Nunca partiu nem viu alguém partir Nunca sofreu por amar sem ser amado Nunca sentiu a morte lhe ferir Esta dor que dói até na alma, Não sabe o peso de uma lágrima. Ninguém segura quando ela quer sair. Não tem peso mais pesado que uma lágrima Não tem olho que consiga segurar Não há grades que a impeça de sair Nem cadeado que possa lhe trancar Se Deus chorou, Jesus Cristo, o mundo inteiro, Então reveja seus conceitos meu parceiro, Quem te falou que é feio homem chorar? Francis Gomes

Quem te falou que é feio homem chorar? Read More »

Agradecimento

Obrigado amigos e amigas Que lembraram de não me esquecer Que lembraram de lembra de mim Com tantas coisas que que vocês tem para fazer As palavras, as mensagens o carinho Servem de luz para o meu caminho E são orvalho para me fazer crescer. Vos confesso amigos e amigas Que este poeta que também outrora Rouba sorrisos, furta lágrimas, emociona Lendo as vossas mensagens agora Sentindo-me abraçado em cada abraço Os meus olhos ficam num embaraço Acreditem: palhaço e poeta também chora. Mais uma vez eu digo obrigado, Mais uma vez eu quero agradecer A cada um que lembrou de mim Que lembrou de não me esquecer Que Deus vossa justiça vos aplique Nossa amizade e nosso amor se multiplique Cada vez mais a cada alvorecer. Francis Gomes

Agradecimento Read More »

Culpa

Te olhar como eu te olho é proibido Te querer como eu te quero é um pecado Mas que culpa tenho eu de te amar? E que regras não quebra um apaixonado? Eu não tenho culpa em te amar tanto Nem de sentir este desejo que não finda Você também não é culpada meu amor

Culpa Read More »

Neste mundo machista o exame da próstata é uma decisão difícil

A decisão Tudo teve inicio quando comecei sentindo algumas dores abdominais, parecia coisa corriqueira do dia a dia, mas foi piorando e mesmo contra minha vontade fui ao médico.  Quase dois meses para conseguir uma vaga no posto perto de minha casa.  Tinha dias que eu mal conseguia andar, uma dor no pé da barriga, que Deus me livre, e para urinar, era contando as gotas, doía e queimava que parecia sair fogo. Quanto relatei a situação ao doutor ele foi categórico, disse que eu precisava fazer um exame, o mais breve possível, poderia ser naquele dia mesmo.  Ao ouvir qual seria subiu um formigamento dos pés à cabeça, tremi de medo e vergonha. Me torci para lá para cá perguntei se não podia fazer outro dia. – Sim pode, mas quero que o senhor saiba vai ter que fazer e quanto antes melhor. Fiquei mais um mês tentando criar coragem para fazer o maldito exame.  Mas não foi fácil, além de evitar a mulher porque a coisa não funcionava mais direito suava frio toda vez que ia ao banheiro. Eu sentia vergonha até em pensar. Imaginando o constrangimento perdia o sono, sentia calor, ficava sem jeito de olhar para qualquer pessoa. Parecia que todo mundo sabia o que eu precisava fazer, era uma verdadeira tortura. A gente faz piada, brinca com a desgraça dos outros, mas quando é com a gente vou falar não é brinquedo não. Eu não falei nem para a mulher deste exame, Deus me livre. Imagina se ela falasse para as colegas, toda vez que alguma fosse lá em casa ia ficar me olhando meio tordo, rindo de mim, depois falando para os maridos, e os maridos falando para os colegas e os colegas para outros colegas assim todo mundo sabendo e todos rindo de mim por onde quer que passasse. Os vizinhos esperando para me ver chegar em casa, bisbilhotando pelas janelas para zombar de mim, e no meu trabalho, já pensou o falatório que seria? credo em cruz Deus me livre. Na rua todos me olhando com rabo de olho e falando:  – olha o esfolado passando. Me arrepiava só em pensar. Ou os engraçadinhos dos meus colegas:  – e o dedo era grande? Fala ai doeu ou você gostou?  Pronto à merda tava feita, porque não sou de levar desaforo para casa, por isso não contei a ninguém.  Só me esquivando para não fazer. Mas quando a gente pensa no esqueleto de roupa preta com uma foice na mão, cria coragem, pelo menos no momento. Apesar das brincadeiras sem graça, as coisas que escutava, e o machismo, cheguei à conclusão de que não tinha saída, precisava fazer o dito cujo.  Mas quando pensava em tudo que eu ouvia sobre o assunto.  O que era mentira ou verdade? Nos últimos noites nem dormia mais, quando ia pegando no sono, acordava vendo aquele dedão vindo em minha direção, pulava da cama todo suado e gritando, aqui não doutor. A mulher acordava apavorada falando: – Tá doido homem de Deus que diabo tu tem? Nada não mulher vai dormir. Foi só um sonho ruim. Mas não tinha jeito.  Este tal exame do toque era a onda do momento só se falava nisso. Uns dizia que não doía e que a gente ficava sozinho com o médico na sala. Já outros que doía pra caramba, e além do doutor ficavam duas enfermeiras para auxiliá-lo. E as posições hein? E as posições! Alguns diziam que ficava de quatro com as mãos em cima da cama. Outros que era deitado de ladinho.  O médico colocava uma luva, passava um creme lubrificante e com uma conversinha mole de que não ia doer nada era rapidinho, abria bem o negócio, e tome. Ia ao céu e voltava, ou melhor, ao inferno. Em fim relatos de todo jeito eu ouvia.  Certo dia escutei um camarada falando que tinha visto uns vídeos na internet mostrando como era feito o tal e comentou: – Bicho feio, coisa macabra.  Pensei comigo vou nada, o diabo é quem vai não eu. Mas isso é igual dente furado, a gente tenta preservar, mas quando a o danado dói, a vontade é de arrancar na hora. Pois bem, a mulher inventou de ir à casa da mãe dela, aproveitei e fui fuçar na internet para ver se encontrava alguma coisa. Pois não é que eu encontrei vários vídeos mesmo! Virgem Maria, mas quando eu vi aquilo, aquelas bundas brancas empinadas, meio que de quatro, outros deitado de ladinho e o médico metendo o dedo sem dó girando 360º graus, e o cabra se torcendo todo não sei se de vergonha ou de dor. Alguns fechavam os olhos, outro arregalava, trincava os dentes, mordia os beiços. Eu pensei, to fora, não vou fazer isso, mas nem por decreto do papa. Decisão tomada, ninguém sabia nada nem precisava saber, se a coisa piorasse eu voltava ao médico. Me lasquei, no mesmo dia, comecei sentir dores terríveis, tive que ir. Cheguei atrasado de propósito pensado: ora chego atrasado não tem mais ninguém, entro resolvo isso de uma vez e seja o que Deus quiser. Me danei todinho, o infeliz do doutor tinha atrasado também. Contei umas dez pessoas. Pensei, será que todos estes vão fazer?  Cheguei meio esbaforido, vermelho como um pimentão, o sangue parecia ferver, quase que eu voltava para trás, mas não dava mais. Parecia que todos me olhavam e pensando a mesma coisa, é mais um para levar dedada. Sentei de cabeça baixa sem falar com ninguém de tanta vergonha. Começou chamando: senhor fulano, senhor beltrano, chegou sua vez. Sentia umas pontadas no pé da barriga, além da dor, medo, ansiedade, vendo meu orgulho de macho intocável a pouco de chegar ao fim. Eu levantava, sentava, tomava água sabendo que minha vez estava chegando. Eu sabia que todo mundo percebia meu nervosismo. Para piorar, a atendente falou: -Senhor António Jerônimo o senhor está sentindo alguma coisa? De cabeça baixa disse, não senhora estou bem. – Tem certeza? Sim senhora -Se acalme o senhor parece está muito nervoso, tudo vai correr bem. Pensei, fala isso porque não vai ser no seu que vai entrar um dedo sabe-se lá Deus o tamanho e como. Os que saiam da sala do doutor aumentavam minha agonia, fazendo uma cara de quem tava morrendo de dor de barriga e desesperado para ir ao banheiro.  A maioria saia deste jeito. Faltava apenas três. Me passou pela cabeça uma ideia maluca. Se pelo menos fosse uma doutora quem sabe seria melhor, ela poderia ser mais delicada, afinal toda mulher costuma ser.  O dedo seria mais fino.  Mas também me ocorria outra preocupação, a unha. Sim, a unha. Quem não conhece uma mulher que tenha unhas grandes. Tem a luva eu sei, mas e se rasgar. Já nem sabia o que seria pior.  E se ela resolvesse se vingar de alguma coisa logo em mim, já pensou, e não seria difícil não do jeito que a coisa anda. Se o marido tivesse traído ela, e descontasse tudo na minha pessoa, coitado de mim pagaria o pato sem culpa nenhuma. De repente, aquela voz tenebrosa:  Senhor António, por favor, pode entrar.   Arrepiou até a alma. De cabeça baixa, ouvir uma voz feminina falar: senhor entre na sala a sua direita, tire a roupa e ponha este avental, o médico já vem lhe examinar.  Mal coloquei aquele avental azul o médico chegou: – Está pronto Senhor António?  Cabisbaixo balancei a cabeça  afirmando que sim. Ponha suas mãos em cima da cama, empine um pouco as nádegas, e relaxe não vai doer nada.  Durará apenas entre quinze e vinte segundos. Vou utilizar este gel para que o senhor não sinta dor, não vai nem perceber, quando ver já foi. Fechei os olhos trinquei os dentes e senti aquele dedo grosso entrando em mim, torcendo para um lado para o outro. Mas doeu, doeu muito, cheguei ver estrelas. Pronto. O  pode colocar sua roupa. O senhor, por favor, aguarde um pouco lá fora e já lhe dou o diagnóstico. Saí da li cego de vergonha nem quis saber do resultado e nunca mais voltei lá. Por causa desta decisão, esta atitude impensada, do meu orgulho e machismo é que hoje, um ano e meio depois estou aqui entre amigos e parênteses, narrando-vos esta história deitado neste caixão frio, sem dor, sem orgulho, sem vida.  Francis Gomes

Neste mundo machista o exame da próstata é uma decisão difícil Read More »

Um cordel dedicado as crianças

Juquinha, um menino diferente Juquinha era um menino Diferente dos demais Às vezes fazia coisa Que gente adulta não faz Era muito inteligente Por ser assim diferente Era o orgulho dos pais  Coisa que acontece E ninguém sabe o motivo Juquinha ele nasceu Com um problema auditivo Mas Juquinha deste jeito Driblava o preconceito Por ser um menino ativo  Por este motivo ele  Usava um aparelhinho No seu ouvido esquerdo Para ele ouvir direitinho Isso não lhe incomodava E nem ninguém caçoava Porque ele era bonzinho  O garoto era esperto Que dava gosto de ver Aos cinco anos de vida Sabia ler e escrever Vivia sempre contente Alegre e sorridente Tinha prazer em viver     Aprendeu a fazer conta De somar de dividir Também de multiplicar Até de subtrair Tudo que ele via Juquinha pegava e lia Mesmo sem ninguém pedir E com o passar do tempo  O Juquinha foi crescendo Obediente aos pais E todo mundo dizendo -Este menino é esperto Se crescer assim por certo Vai ser um homem estupendo Respeitava os mais velhos Era um garoto educado Por todos seus coleguinhas Juquinha era estimado Brincava com todo mundo Tinha um carinho profundo Por quem vivia ao seu lado  Por onde ele passava Falava com alegria Se à tarde: boa tarde. Se pela manhã: bom dia.

Um cordel dedicado as crianças Read More »

Orgulho nordestino

Assim como o negro,O gordo o magroSofrem preconceitoNeste mundo atrasadoOs nordestinos,Este povo valenteTambém igualmente São descriminados. Eu sou um poetaDestas mesmas lavrasE nas minhas palavrasMuitos viajam, Não minto e nem negoEste é meu destinoEu sou nordestinoE não importa o que acham. Não importa o que falamO que digam o que pensemEles que repensemNo que vão dizer.Eu sou nordestinoAchem ruim ou bomFalo alto e em bom tomE me orgulho de ser. Francis Gomes

Orgulho nordestino Read More »

A cor de minha pele

Minha pele não é branca,  Não é preta, nem amarela  Minha pele tem a cor do meu povo Do meu estado Da minha terra, De minha cidade Do meu rio Do meu açude Da minha roça Do colégio onde estudei Das veredas que pisei. A cor da minha pele não está  Descrita em meus documentos, Ela está cravada no meu coração, No orgulho que sinto de ser nordestino Cearense, Fariasbritense. Minha pele tem a cor do meu amor. Minha pele sem dúvida nenhuma Tem a cor do sertão. Queimada do sol Banhada pela lua Soprada pelo vento agreste. Ela tem uma cor especial. E sinto orgulho em dizer: Minha pele é nordestina. Francis Gomes

A cor de minha pele Read More »

Da mureta do pontal

São tantos anos distanteDe minha terra natalQue olhando assim do altoDa mureta do pontalEu nem posso acreditarQue eu estou a contemplarEste berço colossalCom os olhos cheios de lágrimasA meditar eu me ponhoSerá que é mesmo verdadeO momento que disponhoPoder matar a saudadeÉ tanta felicidadeQue penso até ser um sonhoPois viver assim distanteDos parentes e dos paisAs vezes a gente pensaQue não voltará ver maisOs amigos mais antigosTambém os novos amigosQue as vezes a gente fazEntão sofre antecipadoA partida antes de irVendo os amigos sorrindoTambém se obriga sorrirMesmo por dentro chorandoVendo se aproximandoO momento de partiE estes novos amigosQue Deus nos da de presenteAumentarão a saudadeQue tanto machuca a genteMas serão um incentivoE também mais um motivoPara voltar novamenteE mesmo a gente sabendoQue tudo pode mudarTem esperança que elesEstejam a nos esperarPara matar a saudadeBrindar felicidadeDe de novo se encontrarFrancis Gomes

Da mureta do pontal Read More »

Seja rosa o ano inteiro e não apenas outubro

Ame a se mesma mulher Por falta de tempo, vergonha, Por timidez ou por medo Não deixe de fazer o exame É fácil não tem segredo Se acaricie se toque Use as mãos e os dedos, Feliz quem vive brincando Mas a vida não é brinquedo Falo por amor não por crítica Não entre na estatística  Daquelas que vão mais cedo Mulher o amor verdadeiro É aquele que não tem drama, Na rua, no trabalho em casa Na intimidade, na cama. É aquele que espontaneamente Para você mesma declama, Não tenha medo se toque Prove que você mesma se ama. Ame com fervor, com alegria, Ame você mesma a família Faça o exame da mama. Francis Gomes

Seja rosa o ano inteiro e não apenas outubro Read More »

Shopping Cart